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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Bombardeio em Guernica: Chuva de Fogo


No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo. ("Não, a pintura não está feita para decorar casas. Ela é uma arma de ataque e defesa contra o inimigo.").

Pablo Picasso sobre Guernica

Guernica y Luno (em espanhol) ou Gernika-Lumo (em basco, é um município da Espanha na província da Biscaia, comunidade autônoma do País Basco, com 8,47 km de área). Em 2011 tinha 16 442 habitantes.
Em 1937, a Espanha esteve dividida em uma delicada guerra civil que colocou nacionalistas e republicanos no front. Os nacionalistas, de inspiração totalitária e comandados pelo militar conservador Francisco Franco, tiveram grandes dificuldades para derrubar o governo por meio das armas. Setores de esquerda e outros defensores da legalidade impediram que uma tentativa de golpe tomasse o país por meio da conquista da capital Madri.

Acuados, mas não vencidos, os nacionalistas decidiram reconfigurar sua estratégia de ataque por meio da conquista de locais menos protegidos do território hispânico. Dessa forma, acharam melhor iniciar suas novas campanhas militares com a organização de ataques à região norte do país. Com isso, a cidade de Guernica, núcleo urbano basco que concentrava seis mil habitantes e nenhuma proteção oficial, acabou escolhida para um dos mais temíveis ataques aéreos do século XX.

Historicamente, essa pequena cidade foi grande referência dos acontecimentos históricos e políticos que salientavam a diferenciação entre os bascos e os espanhóis. Em 1936, quando os conflitos da Guerra Civil Espanhola tomavam seus primeiros passos, o próprio governo espanhol decidiu oficializar a completa autonomia política dos bascos. Com isso, os nacionalistas passaram a considerar a região basca como um foco de traidores da causa capitaneada pelo general Franco.

Para concretizar a retaliação aos bascos, os nacionalistas contaram com o expresso apoio político e bélico dos nazi-fascistas. A aproximação desses líderes se deve aos ideais partilhados, e, especialmente, pelo interesse ítalo-alemão em testar a tecnologia bélica que seria utilizada nos vindouros conflitos da Segunda Guerra Mundial. De acordo com os registros, o ataque aéreo a Guernica teria sido planejado por Wolfram von Richthofen, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Alemãs.

A primeira ação aconteceu durante o sobrevoo do bombardeiro Dornier Do-17, popularmente conhecido como “lápis voador” em razão de suas dimensões estreitas. Em sua investida, essa aeronave lançou uma dúzia de bombas que atingiram a região central da cidade. Logo em seguida, um trio de Savoias-79 cruzou os céus de Guernica lançando mais trinta e seis bombas. Entre as 16 e 18 horas daquele mesmo dia, três aviões Heinkel-111 despejaram mais uma saraivada de explosivos.

Esse seria apenas o começo de uma terrível tragédia. Três esquadrões de Junkers-52 carregados com explosivos de até 250 quilos e bombas incendiárias realizaram uma ofensiva ainda pior. Outros caças menores realizavam voos de baixa altitude disparando suas metralhadoras contra a população civil. Nas três horas subsequentes, quarenta aeronaves participaram dessa terrível ação militar.

Inicialmente, estarrecidos pela brutalidade do evento, alguns jornais chegaram a divulgar um contingente de 1600 vítimas fatais. Contudo, pesquisas recentes revisionaram as estatísticas do conflito, e hoje trabalham com um número aproximado de 200 mortos. Evidentemente, a divulgação do episódio e a tela homônima do afamado pintor Pablo Picasso foram responsáveis pela popularização do incidente em Guernica, que durante a ditadura espanhola não podia ser relembrado por nenhum cidadão.
 
Coordenado por Wolfram von Richthofen e com suporte do Corpo Truppe Volontarie, o ataque destruiu a maior parte da localidade, na época com 5 000 - 7 000 habitantes, causando centenas de vítimas.
 O pintor, escultor, desenhista e ceramista espanhol Pablo Picasso, um dos grandes gênios da pintura contemporânea, retratou de forma única toda a tragédia.
Guernica é um painel pintado por em 1937 por ocasião da Exposição Internacional de Paris. Foi exposto no pavilhão da República Espanhola. Medindo 350 por 782 cm, esta tela pintada a óleo é normalmente tratada como representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco. Atualmente está no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia em Madrid.
A pintura foi feita com o uso das cores preto e branco - algo que demonstrava o sentimento de repúdio do artista ao bombardeio da pequena cidade espanhola. Claramente em estilo cubista, Picasso retrata pessoas, animais e edifícios nascidos pelo intenso bombardeio da força aérea alemã (Luftwaffe), já sob o controle de Hitler, aliado de Francisco Franco.
Morando em Paris, o artista soube dos fatos desumanos e brutais através de jornais - e daí supõe-se tenha saído a inspiração para a retratação monocromática do fato.
Sua composição retrata as figuras ao estilo dos frisos dos templos gregos, através de um enquadramento triangular das mesmas. O posicionamento diagonal da cabeça feminina, olhando para a esquerda, remete o observador a dirigir também seu olhar da direita para a esquerda, até o lampião trazido ainda aceso sobre um braço decepado e, finalmente, à representação de uma bomba explodindo.
Esse quadro foi feito também com o objetivo de passar para os que vissem, o que ele estava sentindo, um vazio por dentro de si, um conflito, uma guerra consigo mesmo buscando resposta pra sua vida amorosa, e toda vez que ele via o quadro, pensava consigo mesmo, será que o meu problema é maior que essa guerra, ou tem mais importância para os outros, e naquele momento ele conseguia esquecer. O que para nós demonstra uma grande preocupação por parte do autor do mesmo.
TEMA E SIGNIFICADO: Guernica descreve o efeito da guerra sobre o espírito de Picasso, constituindo um grito contra os sanguinários acontecimentos que destruíram a Espanha através da guerra civil de 1936-39 e contra a contínua desumanidade do Homem.
Tudo no quadro tem significado – o grito da mãe que segura o filho morto está representado pela língua, que sugere um punhal ou um estilhaço de vidro; igualmente a agonia do cavalo que, segundo Picasso representava a angústia do povo, a dor é sugerida pela mesma língua em forma de punhal. Por cima da cabeça do cavalo é visível um candeeiro aceso que sugere o olho de Deus que tudo vê e que parece gritar de horror. No lado esquerdo da tela encontra-se o touro (representa a brutalidade), este poderá simbolizar a resistência do povo espanhol ou o general Franco. A única flor no centro do quadro, para além de parecer aumentar todo o horror desta cena, é uma imagem de esperança numa vida nova. A figura à direita tem os braços erguidos como que a desviar as bombas que caem do céu. Em baixo, o homem ferido segura a espada partida, símbolo da resistência heroica.
TÉCNICA: Deverá ser realçado que todos os rostos são desenhados no estilo cubista, abolindo a distinção entre o perfil e a frente. O cubismo desmantela por completo a perspectiva e propõe uma visão intelectualista do espaço. Desta nova concepção de pintura resulta a separação entre a representação figurativa dos objetos e a sua realidade natural.
Os cubistas procederam à decomposição das imagens em planos, segundo os vários ângulos de visão, reduzindo-os a uma articulação dinâmica de pequenos sólidos geométricos. Para conseguirem um geometrismo mais perfeito procederam à eliminação dos elementos acessórios e deram menor importância à cor.
Indignado com a vitória dos nacionalistas, Picasso recusou a ida de Guernica para Espanha. Deixou expresso que a obra só lá ficaria com o restabelecimento da democracia. A morte do ditador Francisco Franco, em 1975, permitiu finalmente que Guernica pisasse solo espanhol.

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