O cacaueiro é uma planta nativa da Amazônia. Se encontra nas Américas, dentro de bosques escuros e úmidos, protegida pelas grandes árvores. A recomendação técnica é de que seja apropriada 40% de sombra à plantação.
Do fruto, se extraem as sementes que passam por um processo de fermentação, transformando-se em amêndoas utilizadas na produção do cacau em pó e manteiga de cacau. O chocolate é um produto final derivado das amêndoas de cacau. Da polpa mucilaginosa, branca e açucarada que envolve as sementes, se produz sucos, refrescos e geleias. A casca do cacau, após transformação, pode ser utilizada como ração animal e fertilizante orgânico.
Em 1746 houve a primeira plantação do cacaueiro na Bahia. Foi na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, atual Município de Canavieiras. O responsável pelo plantio foi o colonizador Antonio Dias Ribeiro que trouxe do Pará as sementes da nova cultura regional.
No ano de 1752 chegou a Ilhéus. Após, espalhou-se pelo sul da Bahia.
As matas eram derrubadas para a implantação desta nova cultura na Bahia. Os trabalhadores sofriam com a baixa remuneração e as condições de trabalho.
A cultura do cacau foi importante para a economia da Bahia e do Brasil. Os produtores de cacau colheram muito poder e riqueza com a cacauicultura. Ilhéus foi o maior pólo cacaueiro da Bahia tendo o maior porto exportador de cacau do Brasil.
O auge da cultura do cacau foi no final do século XIX e início do século XX. O Brasil chegou a ser o maior exportador mundial de cacau.
Além da riqueza dos produtores, o cacau ajudou a construir cidades prósperas como Ilhéus e Itabuna. Estas cidades tornaram-se conhecidas no mundo todo através dos romances de Jorge Amado. Jorge Amado retratou em alguns romances ("Gabriela, Cravo e Canela"), pessoas, locais e casarões históricos do centro da cidade de Ilhéus. Os grandes fazendeiros, produtores de cacau eram muito temidos pelo poder e influência política que possuíam. Muitos deles se tornavam coronéis sem nunca terem entrado para a carreira Militar. As patentes de cononéis eram compradas.
Como eram ricos, os coronéis fazendeiros do cacau, faziam parte dos grandes latifundiários, também chamados de coronéis, que dominaram por muitos anos o interior do nordeste brasileiro. Contratavam jagunços para defender os interesses da fazenda e coagir a população a votar em seus candidatos quando ocorria eleição.
Em 2006, o cacau continua participando da economia da região sul da Bahia. Mas as doenças enfraqueceram as plantações.
Em 1987 a produção brasileira de cacau era de 400.000 t/ano. Com a chegada da "vassoura-de-bruxa" em 1989 a produção nacional passa a ser de 100.000 t/ano. Na região sul da Bahia, o faturamento anual com o cacau chegou a ser aproximadamente de US$ 1,5 bilhão/ano. Com as doenças e a baixa do preço internacional do produto, o faturamento baixou para menos de US$ 70 milhões
Com o declínio do cacau, mais de 300.000 pessoas ficaram desempregadas, aumentando a favelização das cidades da região. Mais de 2,5 milhões ficaram prejudicadas com o enfraquecimento da cultura do cacau na Bahia.
Os preços internacionais baixaram e a tecnologia de plantio continua antiga, dificultando a produção e competitividade. Mas aos poucos as plantações vão sendo recuperadas.
Vassoura-de-bruxa
Quando ocorre a necrose no cacaueiro, a planta fica com aparência de uma vassoura velha, originando o nome da doença que causa o apodrecimento do fruto e do pé de cacau: "a vassoura-de-bruxa".
A doença vassoura-de-bruxa do cacaueiro é causada pelo fungo Crinipellis perniciosa que infecta as regiões meristemáticas da planta acarretando uma queda brusca de produção, enfraquecendo a planta.
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